Esse fichamento foi realizado por mim e minha colega Pollyanna!!
Tipo: artigo
Assunto / tema: Educação
Referência bibliográfica: LOPES, A. C.
Quem defende o PCN para o Ensino Médio? In: LOPES, A. C.; MACEDO, E. (Org.).
Políticas de Currículo em múltiplos
contextos. São Paulo: Cortez, 2006 (Série Cultura, Memória e Currículo,
vol.7). p. 126-157.
Resumo / conteúdo de interesse:
A
autora inicia esse texto discutindo sobre os projetos de currículo nacional que
foram desenvolvidos em vários países, dentre eles, a Inglaterra, Nova Zelândia,
Austrália e Espanha (esse último influenciou diretamente a reforma educacional
brasileira), Brasil. O texto apresenta uma crítica sobre o currículo nacional,
pois as reformas curriculares impuseram a seleção de uma cultura comum e um
conjunto de ações vinculadas às necessidades do mercado produtivo. Também, são
expostas as ideias de Michael Apple e Gimeno Sacristan, na qual defendem que reforma
deveria produzir emancipação das pessoas.
Além disso, a autora destaca que mesmo havendo um projeto de currículo
global, as políticas que se voltam para tal aspecto tiveram que considerar as
concepções locais, gerando uma heterogeneidade de orientações curriculares nos
diferentes países. A heterogeneidade é uma das marcas do processo, no entanto,
ainda busca-se um consenso sobre a finalidade e os interesses que deveram ser utilizado
como forma de ampliar a regulação da cultura. Nesse sentido, Lopes enfatiza tal
regulação da cultura são desejáveis pelas ações governamentais, que consideram essencial
para a produção do currículo nas escolas. Ainda, assim, existem varias
interpretações práticas de tais políticas, gerando uma pluralidade de leitura. O
currículo nacional permanece porque há um interesse de uma comunidade
epistêmica, formada por pessoas que são entendidas do assunto. Em políticas de
currículo essa comunidade é formada por consultores internacionais, políticos,
empresários, administradores, produtores de livros que têm uma visão da
globalização e das necessidades da sociedade e as tendências do mercado de
trabalho. Há interesses por parte dessa comunidade em manter ou modificar o
currículo e eles têm poder de favorecer determinados cursos, concepções, visões
de mundo, critérios de avaliação, crenças e projetos políticos para solucionar
problemas vivenciados socialmente. Eles promovem debates de diversos gêneros e
depois divulgam os resultados. É o caso do “Relatório Delors”, produzido pela
UNESCO. Pensando em globalização, há uma possibilidade do Mercosul integrar as
propostas curriculares. Mas, é necessário entender que as políticas não se
desenvolvem da mesma maneira em diferentes países. Portanto, as soluções
encontradas são e serão diferentes.
Citações:
1. “Definir
uma cultura como comum é pretender uma homogeneidade que mascara e silencia as
diferenças.” (p.138).
2. “Optar
por uma organização curricular e uma seleção de conteúdos, por maior que seja o
debate em torno de sua definição, é pressupor que existe apenas um caminho ou
que há um caminho melhor, consensual, para as lutas políticas em torno da
produção de significados e de sentidos nas práticas sociais.” (p.140).
3. “No
caso particular das políticas de currículo os integrante de uma comunidade
epistêmica global são consultores internacionais atuante nos governos e/ou nas
agencias de fomento, produtores de livros e documentos que analisam a situação
educacional dos países e propõem soluções, empresários que discutem questões
relativas aos conhecimentos da escola.” (p. 145).
4. “(...)
readequação desse nível de ensino ao mercado de trabalho (...).” (p.146)
5. “(...)
as políticas não se desenvolvem da mesma maneira em diferentes países (...)”.
(p. 147)
Considerações do pesquisador:
Nós
entendemos como ponto principal nesse texto a imutabilidade do currículo quanto
à finalidade de formar os cidadãos para o mercado de trabalho. Contrariando a proposta
de unificação dos currículos que possui finalidade e objetivos distintos do
apresentado acima. Esta proposta visa (pelo menos no papel) uma formação
holística dos alunos. Além disso, gostaríamos de destacar que há uma
preocupação com as políticas educacionais no mundo globalizado, procurando
integração dos currículos de diversos países. No entanto, não é considerada a
individualidade cultural, gerando uma interpretação e execução do currículo
diferente em cada local.
Indicação da obra: Pesquisadores e
estudante de Propostas curriculares.