quarta-feira, 22 de maio de 2013

Quem defende o PCN para o Ensino Médio?


Esse fichamento foi realizado por mim e minha colega Pollyanna!!

Tipo: artigo
Assunto / tema: Educação
Referência bibliográfica: LOPES, A. C. Quem defende o PCN para o Ensino Médio? In: LOPES, A. C.; MACEDO, E. (Org.). Políticas de Currículo em múltiplos contextos. São Paulo: Cortez, 2006 (Série Cultura, Memória e Currículo, vol.7). p. 126-157.  

Resumo / conteúdo de interesse:
A autora inicia esse texto discutindo sobre os projetos de currículo nacional que foram desenvolvidos em vários países, dentre eles, a Inglaterra, Nova Zelândia, Austrália e Espanha (esse último influenciou diretamente a reforma educacional brasileira), Brasil. O texto apresenta uma crítica sobre o currículo nacional, pois as reformas curriculares impuseram a seleção de uma cultura comum e um conjunto de ações vinculadas às necessidades do mercado produtivo. Também, são expostas as ideias de Michael Apple e Gimeno Sacristan, na qual defendem que reforma deveria produzir emancipação das pessoas.  Além disso, a autora destaca que mesmo havendo um projeto de currículo global, as políticas que se voltam para tal aspecto tiveram que considerar as concepções locais, gerando uma heterogeneidade de orientações curriculares nos diferentes países. A heterogeneidade é uma das marcas do processo, no entanto, ainda busca-se um consenso sobre a finalidade e os interesses que deveram ser utilizado como forma de ampliar a regulação da cultura. Nesse sentido, Lopes enfatiza tal regulação da cultura são desejáveis pelas ações governamentais, que consideram essencial para a produção do currículo nas escolas. Ainda, assim, existem varias interpretações práticas de tais políticas, gerando uma pluralidade de leitura. O currículo nacional permanece porque há um interesse de uma comunidade epistêmica, formada por pessoas que são entendidas do assunto. Em políticas de currículo essa comunidade é formada por consultores internacionais, políticos, empresários, administradores, produtores de livros que têm uma visão da globalização e das necessidades da sociedade e as tendências do mercado de trabalho. Há interesses por parte dessa comunidade em manter ou modificar o currículo e eles têm poder de favorecer determinados cursos, concepções, visões de mundo, critérios de avaliação, crenças e projetos políticos para solucionar problemas vivenciados socialmente. Eles promovem debates de diversos gêneros e depois divulgam os resultados. É o caso do “Relatório Delors”, produzido pela UNESCO. Pensando em globalização, há uma possibilidade do Mercosul integrar as propostas curriculares. Mas, é necessário entender que as políticas não se desenvolvem da mesma maneira em diferentes países. Portanto, as soluções encontradas são e serão diferentes.

Citações:
1.     “Definir uma cultura como comum é pretender uma homogeneidade que mascara e silencia as diferenças.” (p.138).
2.     “Optar por uma organização curricular e uma seleção de conteúdos, por maior que seja o debate em torno de sua definição, é pressupor que existe apenas um caminho ou que há um caminho melhor, consensual, para as lutas políticas em torno da produção de significados e de sentidos nas práticas sociais.” (p.140).
3.     “No caso particular das políticas de currículo os integrante de uma comunidade epistêmica global são consultores internacionais atuante nos governos e/ou nas agencias de fomento, produtores de livros e documentos que analisam a situação educacional dos países e propõem soluções, empresários que discutem questões relativas aos conhecimentos da escola.” (p. 145).
4.     “(...) readequação desse nível de ensino ao mercado de trabalho (...).” (p.146)
5.     “(...) as políticas não se desenvolvem da mesma maneira em diferentes países (...)”. (p. 147)

Considerações do pesquisador:
Nós entendemos como ponto principal nesse texto a imutabilidade do currículo quanto à finalidade de formar os cidadãos para o mercado de trabalho. Contrariando a proposta de unificação dos currículos que possui finalidade e objetivos distintos do apresentado acima. Esta proposta visa (pelo menos no papel) uma formação holística dos alunos. Além disso, gostaríamos de destacar que há uma preocupação com as políticas educacionais no mundo globalizado, procurando integração dos currículos de diversos países. No entanto, não é considerada a individualidade cultural, gerando uma interpretação e execução do currículo diferente em cada local.

Indicação da obra: Pesquisadores e estudante de Propostas curriculares. 

Muitas reflexões com um simples bolo!!

Time is honey

Poucas coisas neste mundo são mais tristes do que um bolo industrializado. Ali no supermercado, diante da embalagem plástica histericamente colorida, suspiro e penso: estamos perdidos. Bolo industrializado é como amor de prostituta, feliz natal de caixa automático, bom dia da Blockbuster. É um anti-bolo. Não discuto aqui o gosto, a textura, a qualidade ou abundância do recheio de baunilha, chocolate ou qualquer outro sabor. (O capitalismo, quando se mete a fazer alguma coisa, faz muito bem feito). O problema não é de paladar, meu caro, é uma questão de princípios. Acredito que o mercado de fato melhore muitas coisas. Podem privatizar a telefonia, as estradas, as siderúrgicas. Mas não toquem no bolo! Ele não precisa de eficiência. Ele é o exemplo, talvez anacrônico, de um tempo que não é dinheiro. Um tempo íntimo, vagaroso, inútil, em que um momento pode ser vivido no presente, pelo que ele tem ali, e não como meio para, com o objetivo de. Engana-se quem pensa que o bolo é um alimento. Nada disso. Alimento é carboidrato, é proteína, é vitamina, é o que a gente come para continuar em pé, para ir trabalhar e pagar as contas. Bolo não. É uma demonstração de carinho de uma pessoa a outra. É um mimo de avó. Um acontecimento inesperado que irrompe no meio da tarde, alardeando seu cheiro do forno para a casa, da casa para a rua e da rua para o mundo. É o que a gente come só para matar a vontade, para ficar feliz, é um elogio ao supérfluo, à graça, à alegria de estarmos vivos. A minha geração talvez seja a primeira que pôde crescer e tornar-se adulto sem saber fritar um bife. O mercado (tanto com m maiúsculo como minúsculo) nos oferece saladas lavadas, pratos congelados, comida desidratada, self-services e deliverys. Cortar, refogar, assar e fritar são verbos pretéritos. Se você acha que é tudo bem, o problema é seu. Eu vou espernear o quanto puder. Se entregarmos até o bolo aos códigos de barras, estaremos abrindo mão de vez da autonomia, da liberdade, do que temos de mais profundamente humano. Porque o próximo passo será privatizar as avós, estatizar a poesia, plastificar o amor, desidratar o mar e diagramar as nuvens.
Tô fora.
(Antonio Prata)

Algumas considerações sobre o livro "Pedagogia da Autonomia"

Tipo: Livro
Assunto / tema: Educação

Referência bibliográfica: FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.

Resumo / conteúdo de interesse:
O livro é dividido em três capítulos. O primeiro deles, intitulado “Não há docência sem discência”, é dedicado a criticar o ensino na forma tradicional, ou seja, um ensino com alunos passivos, sem conhecimentos anteriores, com professores autoritários que não incentivam a criatividade e a crítica, entre outros aspectos. Assim, Freire aponta nesse capítulo que a pedagogia adotada pelo docente deve ser pautada na ética, no respeito, na dignidade e na autonomia do educando.  O segundo capítulo,Ensinar não é transferir conhecimento”, vêm reforçar os aspectos da prática do professor, dizendo que o ato de ensinar não se resume em transferir conhecimentos aos alunos, mas em criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.  Esta maneira de compreender o ato de ensinar, segundo freire, é uma postura exigente, difícil, que temos de assumir diante dos outros e com os outros, com relação ao mundo e aos fatos, diante nós mesmos. Tendo no pensamento que as pessoas, em especial, os educandos não são tabuas rasas a serem preenchidas. O último tema, “Ensinar é uma especificidade humana”, relata sobre a autoridade e segurança. Segurança esta que é condicionada pelas atitudes do professor que deve buscar sua preparação, com relação aos conteúdos, para a aula. O respeito deve permear as relações existentes em sala de aula assim como a generosidade, humildade e justiça. A arrogância e o mandonismo devem ser excluídos da prática docente já que em nada contribuem.  A autoridade coerentemente democrática dá espaço a ética e a liberdade. Sua prática contribui para a construção da autonomia do educando.

Citações:                                                           
1. “O educador democrático não pode negar-se o dever de, na sua prática docente, reforçar a capacidade crítica do educando, sua curiosidade, sua insubmissão.” (Pág. 14).
2. “Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mais criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção.” (Pág. 27).
3. O que quero dizer é o seguinte: Não devo pensar apenas sobre os conteúdos programáticos que vem sendo exposto ou discutido pelos professores das diferentes disciplinas, mas, o mesmo tempo, a maneira mais aberta, dialógica, ou mais fechada, autoritária, com que este ou aquele professor ensina. (Pág. 55).
4. O que quero dizer é que a incompetência profissional desqualifica a autoridade do professor. (Pág. 56).
5. “Como professor não me é possível ajudar o educando a superar sua ignorância e se não supero permanentemente a minha.” (Pág. 59).

Considerações do pesquisador:
Essa obra aborda a educação como um todo, trazendo a tona questões relativas à Autonomia do educando, Dialogicidade, a Curiosidade epistemológica, Autoridade,  Consciência crítica, Mediação. Refletir sobre esses conceitos, possibilita uma práxis que busque entender o aluno como agente ativo da construção do conhecimento adquirido!

Indicação da obra: Professores, Alunos de Licenciatura e Pesquisadores.  



Que obra de arte!!!


Desenho foi confeccionado pela nossa colega Glenia, com base em nossos desenhos realizados na disciplina Tendências Contemporâneas do Currículo ministrada pela Professora Rita Stano. Resumo do que foi discutido em aula.