Esse texto visa
apresentar algumas ideias sobre a relação entre currículo, trabalho e
conhecimento. Assumo que me sinto pouco a vontade em escrever sobre este tema,
pois acredito que preciso de mais conhecimento sobre essa relação. Mas, vamos
lá!
Atualmente há uma
mobilização do governo para que o ensino médio se torne profissionalizante, ou
seja, que seu “currículo” (matriz curricular), também, seja voltado para a
formação de profissionais. Pois, é entendido que o trabalho é inerente ao ser
humano para que, assim, possa atuar sobre a sua realidade. Em síntese, ao meu
ver, o aluno sairia do ensino médio pronto para o mercado de trabalho.
No entanto, me questiono se esse “currículo” vai
oferecer a mesma oportunidade aos alunos que gostariam de ingressar em um curso
superior, ou estes terão que migrar para escola particular para poderem alcançar
seu objetivo. Pelo fato de determinados conteúdo acabarem sendo privilegiados
em detrimento de outros. Será que ao optar por uma formação pautada no
trabalho, não caiamos no entendimento que o conhecimento necessário é só aquele
que é utilizado na prática.
Mas tudo isso citado no
parágrafo anterior já não acontece em nossas escolas? Até onde eu conheço sim! Então
o “currículo” vai ser sempre exclusório, privilegiando o que os poderosos
entendem ser interessante para a camada popular saber?
Entendo que nesse ponto
entra o papel do professor, com toda a sua reflexão sobre essas propostas, sua resistência
aos aspectos que discorda, com sua vontade de oferecer aos seus alunos igualdade
de oportunidade e meios para que eles alcancem seus objetivos, seja para trabalhar
após o ensino básico ou o ingresso em um curso superior. Assim, a prática
docente em sala de aula é de suma importância!
Entretanto, não podemos
endeusar a profissão de professor, pois ele precisa do apoio da direção
escolar, do governo, dos pais de alunos e condições de trabalho digna, como uma
infraestrutura escolar adequada, material, entre outros, para realizar seu
trabalho com eficiência.
Diante de todas essas
considerações, tornar-se mais difícil prever o que irá acontecer com o currículo,
trabalho e conhecimento ao serem entrelaçados. Espero que essa proposta venha
contribuir com o trabalho do professor e com uma formação que possibilite o
aluno a escolher seu caminho.
O link a seguir traz a
proposta do governo para uma educação profissionalizante: http://portal.mec.gov.br/setec/arquivos/pdf/documento_base.pdf.
OBS.: Não sei se esse arquivo é atual,
pode ter outros mais recentes.
Até hoje existe uma busca por um ensino médio que tenha identidade quanto ou a uma formação terminal ou propedêutica...e o que você discutiu em seu texto foi acerca de uma matriz curricular, sustentada por disciplinas.O que ainda não se equacionou relaciona-se a um período que parece ser apenas de transição para a universidade.A ideia de assumir essa dualidade talvez seja a solução...
ResponderExcluirQuanto ao papel do professor, cabe destacar que, ao destacar isso, a análise curricular muda de foco, do macro para o micro. Mas, há um espaço que o professor pode atuar de maneira mais crítica, menos formatada definida por uma proposta curricular.
ResponderExcluirRita não entendi o que você quis dizer nos comentários. Eu tentei discutir sobre a matriz curricular, pois o entendo que o currículo é bem mais amplo. E ainda não me sinto a vontade em escrever sobre ele da forma mais ampla!
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